quinta-feira, 23 de junho de 2011

O que motiva este blog

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A vontade de transformar em algo útil tudo o que aprendi até aqui.

Durante as leituras e pesquisas desta semana – um pouco perdida em meio a profusão de trabalhos e movimentos dedicados aos direitos e a promoção da infância – sinto a necessidade de organizar e expor de forma mais clara e detalhada o que motiva este blog.

- Desde o ínicio de junho são recorrentes as manchetes que noticiam o abandono de bebês. Em sua maioria recém-nascidos, são deixados nos mais diversos locais e de formas as mais absurdas. É preciso contar com a sorte – ou a providência divina – para que suas vidas sejam preservadas.

- As filas e burocracias para adoção de crianças são imensas. Quanto maior for a criança menor é a sua chance de fazer parte de uma família.

- Não existe uma estrutura mínima para mães que não podem ou não querem criar seus filhos.

- Todos os dias milhares de crianças são negligenciadas em seus direitos mais básicos:  de ter uma família; ser amamentado; de alimentar-se, ter acesso a saúde, educação, lazer, carinho e amor.

- Todos os dias os chamados “aviões” morrem primeiro em uma profusão de guerras; dada sua condição de ser ainda imaturo tanto fisica quanto psicologicamente.

- É cada vez maior o número de crianças e jovens mortos em escolas.

Por este dias completei treze anos imersa, de alguma forma, nas questões que referem-se a infância e a juventude. No teatro, ainda moleca, acompanhando trabalhos desenvolvidos nas periferias das zonas leste e sul da cidade; fui instigada a discutir a juventude, sua profusão de sentimentos e a completa negligência e falta de perspectivas a qual estão sujeitos aqueles que “não deram a sorte” de nascer e crescer nos centros urbanos (Anjos – 2000)*. Assim como a infância e as múltiplas violências das quais são vítimas as crianças em seu dia-a-dia (ECA – Proibido para menores? – 2003).* Na faculdade, por prerrogativas inerentes ao curso de pedagogia, fui aprofundando e ampliando as questões referentes ao desenvolvimento e a educação de jovens e crianças; sendo tema da minha monografia de conclusão do curso: a arte, a formação de professores e a especificidade da educação infantil. Dadas as voltas que a vida dá, de 2006 a 2008, fui co-coordenadora da brinquedoteca de um clube localizado em um bairro nobre da cidade de São Paulo. Tendo ainda a oportunidade de transcrever uma série de entrevistas feitas com crianças e adolescentes em situação de risco, onde contam suas vidas e expectativas para o futuro.

Dito isto e encarando a internet como espaço de mobilização que pode (e deve) ser tomado pela discussão, esta pretende ser uma modesta colaboração na tentativa de refletirmos sobre o respeito e a promoção dos direitos da infância e da juventude.

Sei que não posso mudar o mundo mas também não devo ficar quieta esperando que a “sorte” – ou a providência divina – alterem o estado atual das coisas.

Abraços de coisas boas…


Lorena Oliveira

* Espetáculos realizados com o Grupo Camaleão de Teatro. 

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